Após um dia de treinamento,
entrega de uniformes, de ter os primeiros contatos com as pessoas da sua equipe
e de muita expectativa, fomos para o local de trabalho pela primeira vez. Minha
equipe 6 ficou em Alcalá Del Río, um pueblo
muy hermoso de ruas estreitas, casinhas apertadas com flores nas sacadas, e
de habitantes muito duros, que precisam muito de Deus.
Nossa primeira atividade foi
entregar folhetos as pessoas, a maioria não aceitava, não importava quando
sorrisos déssemos, então começamos a colocar por baixo da porta das casas.
Mesmo feliz por estar começando o trabalho, lutava contra mim mesma para não
esmorecer e orava a Deus pedindo uma oportunidade de falar diretamente com
alguém. E Ele, me deu.
Chegamos numa praça que possuía
uma espécie de mirante para o rio, uma vista de renovar o coração, meu primeiro
pensamento foi “o Senhor só me leva a
lugares espetaculares”, após essa pequena oração de agradecimento vi abaixo
da perfeição da natureza do Criador, um bar. Não um bar como os do Brasil,
cheio de pessoas bebendo, o que havia eram velhinhos jogando cartas, dominó,
tomando café e lendo seus jornais. Oportunidade perfeita.
O que fizemos? Entregamos
folhetos. Mas um dos velhinhos que estava sozinho lendo jornal puxou conversa.
Meu olho brilhou, “obrigada Pai”. Ele
se chamava Don Ramón. Falamos de tudo, de Dilma à suas antigas namoradas e eu
sempre colocando um pouco de Jesus no meio da história. O confrontei bastante,
o fiz pensar e refletir sobre o amor de Deus sobre nós.
A parte mais intrigante foi
quando eu perguntei se ele acreditava que Jesus era o único que poderia perdoar
seus pecados. Sem nem pensar duas vezes ele disse que não. E continuei “o senhor acredita que Jesus foi o ser mais
poderoso que já pisou na terra?”, “sim” respondeu, “então, se o ser mais
poderoso que já pisou na terra não pode tirar seus pecados, quem poderá?”.
Don Ramon ficou sem palavras, não encontrava uma resposta à altura do
questionamento, as duvidas já tomavam conta de seus pensamentos, mas não queria
dar o braço a torcer. Dando um sorriso com ar de gracejo, ele apenas me disse “você foi bem treinada, não é mesmo?”.
Nos despedimos felizes. O Sr.
Ramon foi confrontado pelo espírito santo. Com certeza ele não dormiu do mesmo
jeito naquela noite. Que o senhor o abençoe e lhe dê novas oportunidades de
confessá-lO como Senhor da sua vida.
Conversando com um senhor |
A vista de onde estava conversando com Don Ramón |